Segundo instituto, crescimento global será menos sincronizado

O Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês) previu nesta segunda-feira que a economia brasileira vai acelerar nos próximos meses, encerrando o ano com avanço de 2,7%. Em 2019, a estimativa é de um crescimento de 2,8% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o instituto em relatório.
A avaliação é que esse crescimento seja “apoiado em investimentos e consumo das famílias, que devem se beneficiar dos ganhos de poder de compra e da melhora do mercado de crédito diante de uma inflação bem-comportada”.
“O gasto público antes da eleição de outubro também deve ajudar a elevar a atividade em 2018", acrescentou.
Para o instituto, a inflação brasileira deve seguir abaixo do centro da meta até o fim de 2019. Segundo o IIF, o principal risco enfrentado pelo Brasil está na trajetória do déficit público, que fechou 2017 em 7,8% do PIB.
“Dificuldade persistente em conter o gasto público pode minar o apoio do mercado e forçar um ajuste doloroso no futuro”, disse Martín Castellano vice-economista-chefe para América Latina do IIF. “Por exemplo, a reforma da Previdência é crítica para a sustentabilidade das finanças públicas e é necessária para que se atenda ao teto de gastos imposto em 2016. Sua aprovação, porém, segue altamente incerta, com a proximidade das eleições e a continuidade de investigações sobre a corrupção”.
No caso brasileiro, a projeção de PIB para 2018 não foi alterada. Para a economia mundial, porém, o IFF elevou sua estimativa de 3,3% para 3,5%, resultado do estímulo fiscal nos EUA. O IIF observou também que o crescimento na zona do euro continuará forte. O instituto, porém, ponderou que o crescimento global tende a ser menos sincronizado por causa de incertezas trazidas pelo protecionismo e pelo cenário político.
“A recuperação será menos sincronizada do que no último ano, entretanto, com tensões comerciais levando a alguma divergência”, disse o relatório. “Enquanto a perspectiva global é positiva, riscos relacionados ao protecionismo e à incerteza política seguem relevantes, como ficou claro após a reação dos mercados a medidas comerciais economicamente pequenas anunciadas recentemente”.
Fonte: O Globo